Em condições normais de temperatura e pressão, a Portuguesa dificilmente estaria nesta retrospectiva de 2013. Porém, após a trigésima nona rodada do Brasileirão, que ocorreu fora das quatro linhas, ela merece estar aqui. Mesmo antes dos dois times do Rio de Janeiro serem rebaixados, um imprevisto estragou o fim do campeonato. Trata-se da briga entre torcedores do Atlético PR e do Vasco, que vinha para fechar um ano marcado por confusões que ocorreram fora de campo, como por exemplo a morte do garoto Kevin na Bolívia. Como se já não fosse o bastante estes acontecimentos, pouco depois do último apito final do Brasileirão, o Brasil descobriu que haveria uma nova rodada. Trata-se do julgamento da Portuguesa, que ocorreu devido a uma escalação de jogador irregular, na época suspenso pelo Tribunal de Justiça Desportiva. O caso tomou conta dos jornais e tabloides do país pois envolvia vários interessados. Além da própria Lusa, o Fluminense estava de olho, pois em caso de condenação do time da capital paulista, este escaparia NOVAMENTE de disputar a série B do brasileirão. Muito se falou até o dia que a Lusa se tornou réu. A fama de "virador de mesa" do time do Rio de Janeiro apimentou as especulações sobre esta rodada surpresa. No dia do julgamento, o lado de fora do tribunal parecia os arredores de um estádio. Torcedores uniformizados da Lusa e do Flu torciam como nunca. Se do lado de fora do prédio, a competição estava acirrada, do lado de dentro a Portuguesa sofria uma histórica goleada. Na justiça, o time paulista perdeu por 5 a 0 e foi rebaixada para a segunda divisão. Se analisarmos conforme a lei, o julgamento fez o certo. A regra é clara quanto a este tipo de infração. Por isso, a Portuguesa foi aconselhada a não recorrer, para não agravar sua situação. Em casos como este, o bom senso deveria ser melhor usado. O time do Rio foi inegavelmente rebaixado. Mas não houve virada de mesa, já que a justiça foi aplicada da mais correta forma. Mas há um pequeno problema. Mesmo não havendo virada de mesa, o Flu só se salvou porque outro clube sofreu uma punição (merecida), e não porque fez o dever de casa. Talvez se este julgamento tivesse acontecido lá no meio do campeonato, ninguém daria tanta atenção, mas devido a maneira que ocorreu, e com envolvidos com certa culpa no cartório, o resultado parcial é este que vemos agora. Acredito eu, que em caso de julgamento com juri popular, a Lusa jamais seria rebaixada. Mas isso é uma coisa que nos cabe apenas imaginar. Um fato parecido ocorreu no ano passado. Na ocasião, o Palmeiras estava lutando contra o rebaixamento (fato que ocorreu antes mesmo do término do campeonato). Em um de seus últimos jogos antes de cair, houve um uma grande confusão. Em uma partida o atacante Barcos, hoje no Grêmio, marcou um gol a lá Maradona, com a mão para ser mais claro. O árbitro validou o gol, porém minutos depois ele marcou falta do atacante por uso do braço. A confusão aconteceu pois o árbitro foi avisado pelo assistente sobre a irregularidade. E isso só foi possível porque alguém com acesso a imagens do jogo em um televisor informou aos responsáveis sobre a infração. Não se sabe se foi o próprio assistente que fez isso, mas o ocorrido gerou grande polêmica. A FIFA veta MUITO CLARAMENTE o uso destes equipamentos como foma de auxiliar a arbitragem. O gol foi anulado. O Palmeiras recorreu mas perdeu. Isto porque foi usado o bom senso. No caso o gol foi realmente irregular, porém só foi notado pela arbitragem com ajuda externa. Claramente a regra foi quebrada, mas se não fosse, seria mais certo validar um gol irregular do que anula-lo?, assim como foi certo salvar um time que foi inegavelmente rebaixado?
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